Desde o momento em que a crise foi identificada, milhares de empresas foram expostas a uma série de riscos estratégicos e operacionais. Muitas tiveram de lidar, de um dia para o outro, com interrupções de fornecimentos, rescisões de contratos, aumento de custos, questões de saúde e segurança dos colaboradores e desafios referentes à exportação e importação de produtos.
Em uma pesquisa de gestão de risco empresarial feita pela consultoria Deloitte, cerca de 76% dos gestores de risco acreditavam que suas empresas poderiam responder de maneira eficiente, caso uma grande emergência acontecesse amanhã. Entretanto, somente 49% das empresas desenvolveram manuais relevantes e fizeram testes prévios baseados em cenários de emergência. Somente 32% das empresas conduziram exercícios de simulações de emergência ou treinamentos.
Gezelaine Gomes, diretora da BSG Assessoria e Consultoria Empresarial (Balneário Camboriú/SC), comenta que, mesmo que a maioria das empresas tenha dito estar preparada para um momento de crise, não foi isso que aconteceu. “Tivemos um aumento de demanda referente a conflitos internos e baixa produtividade dentro das empresas, demonstrando que a crise afetou muito o emocional dos colaboradores e, muitas empresas não estavam preparadas para lidar com este momento”, explica.
Em uma pesquisa realizada pelo provedor de saúde mental Ginger, cerca de 69% dos colaboradores entrevistados disseram que o Coronavírus é o momento mais estressante de sua carreira, e 88% disseram ter experimentado estresse moderado a extremo desde que a pandemia começou.
Resultados positivos durante a crise
“Em circunstâncias normais, a liderança já necessita de conhecimento, expertise e experiência adequados para enfrentar os desafios diários de uma empresa. Neste momento, com tanta coisa acontecendo e tudo mudando de forma tão rápida, é compreensível que necessitem de auxílio profissional, para que juntos, possam melhorar o clima organizacional”, é o que ressalta o diretor da BSG , Eloir Morche.
Foi o que aconteceu com a Inpol Indústria de Polímeros e com o Supermercado Meschke, duas empresas de diferentes segmentos que identificaram a necessidade de auxílio durante a pandemia.
Rodrigo Demos, sócio-fundador da Inpol Indústria de Polímeros, explica que a empresa não possuía um setor de RH, e, com isso, lidava com diversos conflitos internos entre os colaboradores, o que foi ainda mais evidenciado durante a pandemia. “Eu sempre tive uma boa percepção dos serviços de consultoria, pois acredito que este serviço traz uma visão diferente do negócio, uma visão de fora. Foi, então, que resolvemos contratar a BSG. Com esta contratação vimos melhora na sincronia da equipe, pessoas reposicionadas em lugares estratégicos, melhora do clima organizacional e reformulação do planejamento estratégico através de projeções”, conta.
No Supermercado Meschke, a pandemia teve um impacto financeiro positivo, pois, é um setor considerado essencial neste momento. Porém, o confinamento, a perda da rotina habitual e a redução do contato social e físico com outras pessoas acabou afetando a saúde mental dos colaboradores negativamente, gerando instabilidade emocional, inseguranca, com reflexos na produtividade e relacionamentos internos.
Marli Anzoategui e Erica Chaves, analista e assistente de RH do supermercado, contam que contrataram a BSG para atuar no desenvolvimento profissional e pessoal dos colaboradores, principalmente, os que ocupam cargos de liderança. “Após a consultoria os colaboradores deram um feedback muito positivo, pois se sentiram acolhidos pela empresa nesse momento difícil e isso gerou uma motivação na equipe como um todo”, relatam.
“Cada empresa adota medidas conforme a sua necessidade e a de seus colaboradores. Quando somos contratados, nosso objetivo é entender a necessidade da empresa, e agir de forma focada a resolver aquele problema, entendendo as reais necessidades da empresa dos funcionários”, pontua Gezelaine.
Pensando em auxiliar as empresas neste momento de pandemia, os especialistas listaram algumas dicas para os gestores cultivarem um bom ambiente de trabalho, visando minimizar o estresse durante este período. Confira.
Ambiente seguro – com o psicológico abalado pelo medo de contrair a doença, muitos funcionários tendem a ficar mais dispersos e até a diminuir seu rendimento. Neste momento, o papel da empresa é garantir que a saúde do colaborador, tanto física quanto mental, seja preservada e para isso é importante tornar o ambiente mais acolhedor e seguro.
Comunicação – ter uma boa comunicação entre a equipe é uma habilidade necessária para qualquer gestor que almeja se destacar e manter a produtividade dos funcionários. Quando não há comunicação eficiente, os conflitos aumentam, o que atrapalha o rendimento e o bom funcionamento da empresa.
Incentivo – muitos funcionários reclamam que seus gestores só se importam em cobrar, mas nunca elogiar. Vale a pena lembrar que o fato de reconhecer o trabalho de alguém eleva o nível de motivação do indivíduo e a vontade de oferecer sempre mais, principalmente neste momento atual.
Integração – mesmo com parte da equipe afastada ou em home office, tente sempre engajá-los. Promova ações de integração, metas divertidas e reuniões de alinhamento, mantendo o colaboradores sempre próximo.
“Seguindo algumas destas dicas, certamente o período se tornará mais leve e a saúde mental dos colabores se manterá mais sadia. Temos que lembrar que este período é passageiro e que, logo, estaremos em nossas rotinas novamente”, esclarecem os diretores da BSG, Eloir e Gezelaine.